A siderúrgica CSN, de Benjamin Steinbruch, recebeu autorização do governo nesta segunda (28) para renovar antecipadamente a concessão do terminal pelo qual escoa sua produção de minério no porto de Itaguaí (RJ).
A empresa poderá operá-lo até 2047. Inicialmente, o prazo era 2016.
Para ter o direito de prorrogar o contrato por 25 anos, a siderúrgica comprometeu-se com a Secretaria de Portos a investir R$ 2,6 bilhões.
Pelo acordado, R$ 1,6 bilhão tem de ser usado para obras de expansão que elevarão a capacidade de movimentação do terminal de 30 milhões para 60 milhões de toneladas por ano.
O R$ 1 bilhão restante tem de ser desembolsado para a compra e renovação de equipamentos.
Boa parte do trabalho, contudo, já foi feito. O projeto de ampliação do terminal, chamado de Tecar, é antigo. As obras foram iniciadas em 2009 e mais de R$ 400 milhões já foram desembolsados por Steinbruch.
A capacidade, inclusive, já está em 45 milhões. Segundo relatório da companhia, a previsão é que os 60 milhões de capacidade sejam alcançados em 2017.
A autorização é uma boa notícia para a Steinbruch, que vem tentando reestruturar companhia.
Com menos de R$ 7,8 bilhões em caixa, a CSN acumulava quase R$ 32 bilhões em dívidas ao final do segundo trimestre. A situação levou agências de risco a cortarem sua nota de crédito.
O terminal é central nos negócios do grupo. É por meio dele que a CSN escoa a produção da mina Casa de Pedra.
Apesar da queda no preço do minério de ferro, a unidade de mineração segue como o segundo braço da CSN, que ainda atua na área de logística, energia e cimento. Neste ano, representou cerca de 15% das receitas (a siderurgia contribuiu com 70%).
NOVA EMPRESA
Além de estratégico para a empresa, o terminal faz parte da lista de negócios que Steinbruch terá de migrar até o final do ano para uma nova companhia, a Congonhas Minérios, como acordado com seus sócios asiáticos na mineradora Namisa.
Para convencê-los a não romper a parceria, o empresário concordou ainda em passar as ações de controle da ferrovia MRS e a Casa de Pedra à Congonhas, que será controlada pela CSN, mas terá os asiáticos como sócios.
O segundo terminal que a siderúrgica possui no porto de Itaguaí, o Tecon, ficará de fora do negócio e está à venda. Dedicado à movimentação de contêineres, sua concessão vencerá em 2016.
A CSN espera que o terminal, já em negociação, seja o primeiro ativo a ser vendido. O plano para cortar o endividamento é vender ainda ações da MRS e da rival Usiminas.
Fonte: Uol